Etapa 1
Há inúmeras maneiras de um professor intervir no processo
de aprendizagem de uma criança que se encontra no processo inicial da
construção do conceito de número.
Em primeiro lugar, é importante o professor ter a
consciência de que uma criança já traz de casa seus primeiros aprendizados
sobre números, uma vez que, vivemos em mundo rodeado de representações
numéricas e não é diferente com as crianças, pois elas são submetidas à
situações numéricas todo tempo, ou seja, elas já tem uma certa familiarização
com números ainda que não consigam ainda seguir uma sequência ou realizar
operações matemáticas, mas sabem, por exemplo, responder à um adulto quantos
anos tem, quantos irmãos, quantas pessoas moram em sua casa e neste ponto entra
a intervenção do professor. O educador deve se “aproveitar” do conhecimento
prévio do aluno, da realidade de sua sala de aula e estimular a aprendizagem
deste aluno.
O professor deverá conduzir o que o educando já conhece e
desenvolver de maneira prazerosa este conhecimento, visto que, a disciplina de
matemática, geralmente, “assusta” os educandos de qualquer idade. É necessário
mostrar a importância da matemática através de exemplos que façam parte do
cotidiano dos alunos, pois assim, será mais fácil entender como funciona este
“mito” chamado matemática.
Pode-se usar os próprios objetos da sala como, por exemplo,
livros, lápis, cadeiras e os próprios alunos para ensinar a sequência numérica,
quantidades e operações matemáticas, ele poderá solicitar que o aluno
represente por meio de seus amiguinhos de classe, quantos irmãos ele tem,
quantas pessoas moram em sua casa ou guardar os livros em uma prateleira
contando quantos tem. A oralidade no processo de aprendizagem dos números é
muito importante, pois os números começam a fazer sentido para criança, que em
sua grande maioria, até aquele momento os conhece apenas oralmente. Sendo
assim, o educador poderá se utilizar da contagem oral do aluno e registrar na
lousa o número correspondente, desta forma o aluno começará a associar o número
que ele conhecia apenas de falar ou ouvir, na forma escrita e começa a fazer a
relação de número e escrita, pois mesmo que não consiga continuar em algum
momento, o professor poderá instigar a sala a acertar a sequência, por exemplo,
questionando quais números vem após o número dez, ou até mesmo iniciar a noção
de adição ou subtração, questionando os alunos, quantos livros iriam ficar se
ele colocasse mais dois na pilha de dez livros formada pelo amiguinho deles ou
quantos ficariam se ele levasse embora um livro daquela pilha de dez e simular
a situação, solicitando que os próprios alunos façam a soma ou subtração e
conte quantos ficaram agora diante do acréscimo ou subtração dos livros na
pilha formada por eles. Poderá, também, usar materiais recicláveis, como
tampinhas de garrafas para construir materiais que auxilie os alunos a
aprenderem a contar os números, entender a sequência numérica e irem se
familiarizando com os numerais, tanto em quantidade como em escrita e sequência
e como são utilizados em unidades, dezenas e centenas.
É óbvio, que apesar do exemplos citados, não podemos
esquecer que há também muitos materiais que auxiliam o educador nas aulas de
matemática, como o material dourado, o ábaco ( que iremos nos aprofundar na
utilização, na próxima etapa), jogos com figuras geométricas e outros materiais
didáticos que podem ser utilizados para auxiliar o processo de
ensino-aprendizagem da criança em relação à construção do conceito de número,
mas é preciso saber que ainda que o educador esteja atuando em uma instituição
onde não haja acesso à estes materiais, ele ainda assim, poderá realizar uma
perfeita intervenção com materiais que estão disponíveis em sua sala de aula,
visto que, vivemos em um país onde grande parcela das escolas não tem estes
materiais didáticos à disposição do educador e então o que fará este educador,
deixará de realizar sua intervenção com seus alunos?
Não, ele saberá se utilizar do conhecimento de seus alunos
e dos objetos disponíveis ao seu alcance e irá realizar sua intervenção com a
mesma habilidade de um educador que tem acesso à uma série de matérias
pedagógicos. O mais importante não é o que ele utilizará para estimular este
aluno e sim como estimulará, pois de nada adianta um educador ter um ábaco ou
um material dourado e jogos geométricos à mão se não souber utilizar da maneira
correta, uma vez que, muitos educadores apenas entregam estes materiais nas
mãos de seus alunos e não buscam estimular o uso de maneira prazerosa e
proveitosa, apenas faz com que decorem sequências, passam por cima do que sabem
e acabam por contribuir para que este aluno, no futuro, seja mais um adulto que
apenas detestou as aulas de matemática e hoje não se lembra de mais nada.
Em resumo, a intervenção deve ser feita de forma natural,
apenas como um mediador no processo, sem que haja imposição por parte do
educador, mas que ele saiba conduzir cada aluno, respeitando seus limites,
dificuldades e valorizando a bagagem que cada um traz de sua casa, de seus
familiares e de seu cotidiano.
Segue alguns exemplos de materiais que podem ser utilizados
pelo professor como instrumento de intervenção no processo inicial de
ensino-aprendizagem do conceito de números.